O Caminho dos Sete Lagos (parte I). Um percurso de águas, florestas e montanhas.
- Gustavo Guzmán
- 20 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

Uma semana que inclui emoções. Cada dia num entorno diferente que nos assombra e nos leva sentir novas sensações ou lembrar aquelas que
tínhamos esquecido: um aroma que lembra a infância, cores que não percebíamos desde crianças ou uma taça de vinho que nos conecta numa noite estrelada com a pessoa amada. Parece mágico mas não é.....ou talvez é sim?
O contexto aconchegante cria o espaço perfeito, a floresta e o barulho da água clara dos rios patagônicos, os cantos de pássaros e o assobio da brisa nos transporta sem apenas mover-nos. O sol também faz parte, às vezes timidamente passa seus dedos mornos pelo rosto para convidar-nos a uma sonequinha ou para andar pela beira do lago e observar o nadar lento dos cauquenes, quase sempre seguidos pelos filhotes que gritam surpreendidos pelos novos visitantes.

As montanhas de neves eternas no fundo emolduram uma paisagem que lembra silhuetas europeias mas que na realidade ficam na América do Sul e que têm como protagonista a magnifica Cordilheira dos Andes enfeitada com cachoeiras brincalhonas que desenham faixas brilhantes entre a floresta.

Assombrosamente tudo isso acontece no primeiro dia onde visitamos o Lago Gutierrez e percorremos a pé ou a cavalo, segundo o que mais desejamos, a fazenda Dos Baqueanos.
Cedo, no dia seguinte a estrada nos guia, com estudada indiferença pelos bonitos cantos que o Lago Nahuel Huapi desenha na sua beira, curvas que escondem cerejeiras carregadas de doces frutos vermelhos que nascem silvestres e nos convidam pegá-los.

Apenas umas para adoçar a boca embora estejamos satisfeitos pelo abundante café da manhã na pousada, local aconchegante mistura de arquitetura alemã e hospitalidade argentina. A pousada Las Marianas fica no centro de San Carlos de Bariloche e é nosso ponto de partida para percorrer a cidade.

Hoje, nosso destino é o Parque Municipal Llao-Llao onde andaremos pela trilha que o atravessa e termina numa praia na beira do Lago Moreno, mas o percurso têm mais surpresas. Uma delas é um bosque antigo de Arrayanes (Luma Apiculata) de silhuetas entrançadas que acariciam o céu com galhos sempre verdes (perenifoliadas) e que bem poderia ser o lugar de encontro de bruxas e feiticeiros. Mas um longo abraço em uma das árvores da para perceber a energia boa que seu tronco, incrivelmente morno, desprende.
Retornando, visitamos a Colonia Suíça onde a tradição manda comer Curanto, uma comida típica dos Mapuches feita num forno construído no chão ou tira gostos próprios da culinária argentina como o choripan ou um delicioso churrasco feito nas brasas. Na feira colorida somos recebidos pelos vendedores de artesanatos e o aroma dos doces tradicionais que perfumam o ar. Todo um prazer para os sentidos.

O percurso nos leva também a conhecer a Cervejaria Patagônia, um lugar chique na beira do Lago Moreno com vistas impactantes e um ótimo atendimento num local moderno com uma decoração que lembra as antigas destilarias com enormes panelas de bronze.
Se realizam visitas guiadas na fábrica onde o pessoal explica o processo para produzir uma cerveja com diferencial. Um elaborado cardápio oferece delicias para comer do lado da enorme lareira ou curtindo um jardim com vistas ao lago.

Ainda temos tempo e decidimos subir ao Cerro Campanario para desfrutar de uma das paisagens mais maravilhosas da região, uma vista de 360º que tira o fôlego enquanto consegue unir num só olhar montanhas, lagos e bosques andinos. Um cóndor voa majestoso pelo céu azul e nos deixa um pouquinho de inveja.
Esse post só descreve o início do Caminho dos Sete Lagos, e agora termina, mas ele continua no post "O caminho dos Sete Lagos (parte II)"
Segue conosco e descobre um roteiro maravilhoso que você vai querer conhecer. Por enquanto.....leia mais.
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