O caminho dos Sete Lagos (parte II). Entre árvores centenárias e lagos mágicos.
- Gustavo Guzmán
- 26 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

Inicia o terceiro dia do roteiro e depois de um ótimo café de manhã deixamos a pousada e a cidade de Bariloche. O lago Nahuel Huapi nos acompanha ao longo dos 85 km que dura a viagem de hoje, com sua água escura por causa da profundeza, que pode ter mais de 450 mts dependendo do lugar, e do vento que cria ondas pequenas coroadas de espuma.
Como muitos lagos da região, o Nahuel Huapi se nutre do degelo das montanhas próximas para alimentar uma ampla superfície de quase 560 Km2.

Os Mapuches chamaram a essa grande extensão de água como "ilha da onça", esse é o significado de Nahuel Huapi, mas faz referência na ilha maior que tem o lago, a Ilha Victoria. Talvez pela existência de um totem pertencente a uma família Puelche (outra tribo indígena) que morava na área ou pela comparação desses índios com as onças (jaguaretés) devido a sua coragem e audácia. Seja como seja, a bravura do lago faz parte da sua imagem imponente.
Nosso carro percorre uma estrada tranquila, talvez porque ainda é cedo e apenas alguns pássaros ficam em nossa companhia enquanto procuram alguma presa para matar a fome. O sol pisca multidão de olhos sobre a superfície do lago para dar-nos a bem-vinda, enquanto as flores silvestres perfumam o ar. O caminho é todo um prazer.

Antes de chegar a Villa la Angostura, uma charmosa cidadezinha de montanha, passamos pela Bahia Manzano onde o entorno natural parece a morada de duendes e elfos mas com certeza é uns dos lugares mais bonitos para obter hospedagem de qualidade.
A arquitetura esta baseada nos materiais que mais abundam na região e o estilo que lembra o centro da Europa, mas virou uma paisagem própria que faz parte da identidade da

patagônia andina que se pode perceber nas lindas pousadas de pedra e madeira que enfeitam a beira do lago.
Uma delas vai ser nosso lugar de descanso durante o tempo que fiquemos percorrendo e curtindo uma área extensa que incluí diversas atividades ao ar livre.
Quase é a hora do almoço e parece uma ótima ideia parar na Bahia Mansa e desfrutar das vistas, e do cardápio do restaurante do porto, assistindo o dançar lento dos barcos que flutuam nas águas claras frente da península de Quetrihue.

O dia esta ensolarado e a praia nos chama para deitar e nos deixar acariciar pelos mornos raios do sol depois de um almoço com comidas típicas que inclui trutas, carne de veado ou cordeiro e sobremesas verdadeiramente gostosas produzidas com doces de frutas vermelhas que crescem vigorosas nos bosques.
Visitamos a vila e percorremos suas ruas típicas, muitas delas de terra mas com a intensão de manter ainda esse estilo de povoado charmoso de interior. Nesse contexto a Festa dos Jardins, que acontece em Fevereiro, vira uma verdadeira explosão de flores coloridas que enfeitam a cidade.

Villa La Angostura é um lugar aconchegante onde a modernidade fica presa à arquitetura de madeira do cipreste e o cinza elegante da pedra. Porém, embora seja uma vila pequena, suas lojas oferecem marcas e qualidades, quase uma pequena versão de Buenos Aires no meio das montanhas, onde não falta um bairro com botecos de ruas de pedra e paredes antigas onde experimentar um vinho argentino ou apenas ler um bom livro sentado no jardim.

À tarde, a estrada nos leva pelo caminho sinuoso ate o Lago Correntoso de águas verdes e cristalinas. Na sua beira fica o cerro Belvedere vestido de bosques antigos de Ñires, lengas e coihues e das flores silvestres.

O pequeno Rio Correntoso, uns dos mais curtos do mundo, que mede entre 200 e 300 mts de longitude dependendo do nível dos lagos, une o lago do mesmo nome com o majestoso Nahuel Huapi com suas águas claras emolduradas pelas árvores que apenas molham seus galhos para beber ou talvez só para olhar as trutas que nadam ociosas.

O dia foi intenso e está na hora de tirar do corpo os quilômetros de estrada, lembrando os momentos vividos conversando tranquilamente; então..... o que melhor que tomar um banho relaxante na piscina climatizada da pousada?
Ainda temos vários dias na frente onde nosso roteiro vai nos fornecer mais experiências e sensações, novas paisagens e histórias. Segue de perto os próximos post que descrevem esta viagem e conheça porque Patagônia é tão maravilhosa. Por enquanto você está convidada/do a nos visitar, leia mais.
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